O Dia Mundial da Conscientização do Autismo (2/4) é uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 e instituída no Brasil por lei que visa divulgar informações sobre o autismo e, assim, reduzir o preconceito.

Sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico caracterizado por dificuldades na comunicação e na interação social, com padrões de comportamento repetitivos e limitados. As crianças autistas também demonstram interesse por atividades e hobbies específicos. Ainda sem a causa definida, o TEA normalmente é identificado nos primeiros anos da infância e acompanha o indivíduo durante a vida.

Como lidar com o autismo: acolhimento, tratamento e qualidade de vida

Lidar com o diferente pode ser desafiador, sobretudo em condições que abrangem nuances comportamentais. Começamos pelo óbvio: não devemos querer que o portador de TEA deixe de ser autista, pelo contrário, devemos acolhê-lo sinceramente e ser empáticos e compreensivos. Apesar de não ser uma doença, o autismo é um transtorno e, como tal, tem questões que incluem, além do manejo clínico, tratamentos que visam à melhoria da qualidade de vida, por meio de ações que promovam rotinas positivas, estímulo à cognição infantil e acompanhamento multiprofissional capacitado para melhorar os possíveis déficits e oferecer saúde e bem-estar.

Criar e respeitar uma rotina estruturada e previsível é essencial para crianças autistas, isso ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse.

Não preencha o tempo das crianças com TEA com uma agenda estressante e cheia de afazeres! A abordagem terapêutica do autista já é intensa – envolve médicos, psiquiatras, fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais etc. –, sem contar as obrigações escolares, então, organizar um cotidiano bem estruturado e definido para evitar a sobrecarga emocional e sensorial é de suma importância. Vale ressaltar que pais e familiares, profissionais da saúde e da educação que cuidam do portador de TEA devem estar alinhados e em contato para oferecer um dia a dia que priorize a qualidade de vida dele.

Pressionar uma criança autista só vai piorar a situação e fazer com que ela sinta medo, ansiedade e estresse, o que prejudica a evolução de suas habilidades sociais. Saber lidar com um autista traz benefícios para o tratamento – seja gentil e paciente; respeite o modo de ser dele; desenvolva bons hábitos de sono.

Adaptações no dia a dia para oferecer conforto a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

A criança com TEA pode apresentar hipersensibilidade ou hipossensibilidade a ruídos altos, luzes fortes, cheiros, sabores e texturas, entre outros. Por isso, evite ambientes com muitos estímulos sensoriais (barulhentos, com muitas luzes, por exemplo). Algumas adaptações no dia a dia são fundamentais para oferecer mais conforto ao portador de TEA. Além de muito amor e afeto, claro!

“Quando for conversar ou explicar algo, evite usar ironia, expressões com duplo sentido e termos abstratos, pois muitos não entendem ou tendem a relacionar algumas expressões ou termos de forma literal. Opte por estabelecer um diálogo direto e objetivo”, nos ensina o dr. Clay Brites, pediatra, neurologista infantil e um dos fundadores do Instituto NeuroSaber.

Não ignore as necessidades de uma criança autista. O portador de TEA gosta de brincar, se divertir, embora à sua maneira. A brincadeira é um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento infantil, e a criança autista precisa que o outro a incentive para o lúdico. Então, promova jogos e brincadeiras e aproveite esses momentos de lazer e descontração para se aproximar de seu filho e viver momentos únicos na companhia dele.

Entendendo o espectro autista

“A desinformação é ainda o maior empecilho para que a criança com TEA se desenvolva da maneira mais saudável possível, pois as pessoas que não compreendem suas particularidades ou desconhecem as questões sobre o autismo acabam afetando negativamente a vida dela por meio de condutas equivocadas. Além disso, existem algumas intervenções que podem interferir no tratamento por divergirem da lógica terapêutica”, defende o especialista em autismo dr. Clay Brites.

Sejamos empáticos!

Ser empático com as crianças autistas é muito importante para ajudá-las a se sentir compreendidas e acolhidas. Então grave essas dicas:

Respeite suas diferenças: As crianças autistas têm habilidades e necessidades diferentes!

Evite julgamentos: Em vez disso, tente entender as razões por trás de seus comportamentos e ações!

Respeite suas rotinas: isso ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse.

Não crie uma agenda sobrecarregada e cheia de afazeres, a abordagem terapêutica do autista já é intensa!

Seja gentil e paciente: As crianças com TEA podem necessitar de mais tempo para compreender as instruções e executar as tarefas. Seja paciente e dê-lhes o tempo que precisam para se sentir confortáveis e confiantes.

Celebre suas conquistas: não importa quão pequenas possam parecer. Reconhecer e valorizar suas realizações pode ajudá-las a se sentir motivadas e confiantes.

Brinque com elas: as brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento infantil.

Não use linguagem figurada: crianças autistas tendem a ter um pensamento mais concreto e literal.

Evite ambientes com muitos estímulos sensoriais: ruídos altos, cheiros, muitas luzes, podem incomodá-las.

Lembre-se de que cada criança autista é única, com suas próprias habilidades, necessidades e desafios. Ao ser empático e compreensivo com elas, você pode ajudá-las a se sentir aceitas e incluídas, o que pode fazer uma grande diferença em suas vidas.

Fontes: Ministério da SaúdeOpas/OMSinstitutoneurosaber.com.brvittude.com